Brasil no 18º lugar no ranking do imposto verde

Brasil no 18º lugar no ranking do imposto verde
Comentários desativados em Brasil no 18º lugar no ranking do imposto verde Blog,Economia Marketing

Pelo menos três leis brasileiras federais, que concedem incentivos fiscais às empresas que investem em inovação tecnológica e produzem melhorias no meio ambiente, foram citadas numa publicação da KPMG Internacional, que criou o primeiro índice global de Imposto Verde. 

Num ranking de 21 países que mais usam a redução de impostos como incentivo à preservação ambiental e adotam políticas verdes, o Brasil aparece na 18ª colocação. O levantamento tem como objetivo explorar como os governos utilizam seus sistemas fiscais como forma de minimizar problemas de escassez de água e energia, poluição, mudanças climáticas e inovação.

“Os impostos são cada vez mais usados como ferramentas para mudar o comportamento das empresas e ajudar a atingir os objetivos de políticas verdes, como a redução das emissões de carbono e eficiência de recursos”, afirma o sócio da área de Impostos da KPMG no Brasil, Sérgio Schuindt. Na opinião do especialista, embora a amostra seja pequena, o Brasil está bem posicionado, considerando que o País abriga a maior floresta do mundo, produz energia renovável e é vendedor de créditos de carbono, quando muitos países estão na situação de compradores.

“Na verdade, o Brasil tem uma importante legislação voltada à chamada política verde, que é mal aproveitada até por desconhecimento das regras”, acrescentou.

O Brasil foi avaliado principalmente pelos incentivos fiscais voltados à inovação tecnológica, o que inclui iniciativas ecológicas. É o caso da Lei 11.196/05, conhecida como Lei do Bem. Publicada na gestão de Lula, a legislação recebeu esse nome porque reduzia impostos para vários setores econômicos, incluindo empresas que investissem em desenvolvimento e pesquisa tecnológica. “A norma possibilita uma redução significativa, entre 20% e 40%, no pagamento dos impostos sobre o lucro, como o Imposto de renda (IRPJ) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins)”, explicou.

Dados do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) mostram que a renúncia fiscal com a Lei do Bem saltou de R$ 227,85 milhões, em 2006, para R$ 1,86 bilhão, no ano passado. E a Receita Federal estima, para este ano, renúncia de R$ 2,22 bilhões.

O aproveitamento dos incentivos pelas empresas brasileiras, entretanto, poderia ser incrementado. De acordo com o consultor da KPMG, das cerca de cinco mil companhias com condições de utilizar os benefícios fiscais da lei, apenas mil o fazem. “O desconhecimento das regras e a falta de processos internos para capturar as despesas que podem ser aproveitadas explicam parte da baixa procura”, diz.  

O regime automotivo Inovar Auto, que integra o Plano Brasil Maior, anunciado em 2012 pelo governo, é outro exemplo citado. A legislação prevê redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) às montadoras que investirem no desenvolvimento de carros mais econômicos e seguros, dentro dos princípios de eficiência energética. No ordenamento jurídico brasileiro existe ainda o Decreto 7.619/2011, que também estabelece descontos no pagamento do IPI às empresas que usam resíduos sólidos adquiridos de cooperativas de materiais recicláveis. O benefício valerá até o final de 2014.

No estudo da KPMG, os Estados Unidos aparecem em primeiro lugar. Em seguida vêm o Japão, Reino Unidos, França, Coreia do Sul, China, Irlanda, Holanda, Bélgica, Índia, Espanha, Canadá, África do Sul, Cingapura, Finlândia, Alemanha, Austrália, Brasil, Argentina, México e Rússia.

Fonte: Diário do Comércio – SP

Compartilhar
Sobre o autor